A Amante na cédula de de 2 mil-réis
Em meados dos anos de 1899 insatisfação geral com a política econômica do governo estava presente em discursos na tribuna do Congresso e nas páginas dos principais jornais do Brasil.
A indignação deu origem a uma notícia que acusava-se o
ministro Joaquim Murtinho de reproduzir o retrato de sua amante nas cédulas de
2 mil réis impressas em 1899.
A acusação
na Câmara dos Deputados
“Isto não se fez, nem se pode fazer, porque aqui está uma nota em que figura uma das meretrizes mais conhecidas na Capital Federal: Sra. Prates. (o orador mostra uma nota do Tesouro, na qual diz estar estampado este retrato.).
Quem poderá negar que esta figura que aqui esta não é dessa mulher tão conhecida?
Mas, dirão: “não deveis dizer, deveis poupar uma vergonha à nossa pátria.”.
O Sr. Benedicto de Souza – Mas V.Ex. pode garantir que foi o Sr. Ministro que a mandou estampar ai?”
Até mesmo Rui Barbosa teria entrado na discussão, afirmando "ser autêntico o ignóbil corpo de delito" acrescentando não haver nada na efígie daquela mulher que não nomeasse uma rainha do mundo obsceno.
Jornal do
comercio
Um jornalista
do Jornal do Commercio, que assinava suas matérias com as iniciais
"J.L" publicou o seguinte:
O jornalista
assinalou que, logo depois de ter entrado em circulação a nova cédula,
levantou-se uma enorme onda de indignação que, do Rio de Janeiro, se irradiou
para o restante do país, com a condenação daquele abuso de poder. A efígie
seria de uma pessoa a quem Murtinho "prodigalizava os seus favores em
troca daqueles que a dama não lhe regateava.
Quem
confeccionou a cédula.
Na concepção das cédulas, a empresa utilizava, com freqüência, dos motivos desenvolvidos por seus gravadores em mais de uma cédula e para países diferentes.
E foi este o caso de nossa cédula de 2000 réis de 1900.
Quem foi o responsável
pela gravura da efígie feminina na cédula?
Durante o período de 1891 a 1899 trabalhou como gravador na ABNCo.
Em 1900 ele retorna ao Departamento de Impressão do Japão, onde ele gravou, entre outros, o retrato de Katamari Fujiwara, para a cédula de 100 yen.
Ele chegou a chefe daquele departamento e foi um dos introdutores do estilo Ocidental no Japão. Morreu em 1922.
A gravura feminina denominada por ele com Zella , foi feita por Sukeichi Oyama em 12/1893, quando trabalhou como gravador na ABNCo,segundo ele próprio foi inspirada no quadro retrato "Saudade" de Conrad Kiese.
20 dólares de
1897 do Bank of Nova Scotia (Província da Nova Escócia – Canadá).
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20 pesos de
1898 do El Banco de Concepción (Chile).
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2 mil-réis de 1900, 9ª estampa do Tesouro Nacional (Brasil)
2 mil-réis de 1918, 11ª estampa do Tesouro Nacional (Brasil)
Um fraternal abraço a todos
Rudi De Antoni.:
Fonte:
Blog Sterling Numismática
http://sterlingnumismatic.blogspot.com/2012/05/
Catálogo de cédulas banco Santander
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