A Casa de Moeda Falsa do Paraopeba ou Fábrica do Paraopeba
Por; Rudi De Antoni
Próximo ao final dos
anos de 1720, formou-se no Vale do Paraopeba, aos pés da atual Serra da Moeda,
em Minas Gerais, uma casa de fundição clandestina para cunhagem de barras de
ouro e moedas falsas, essa casa de fundição clandestina funcionou durante o auge
do ciclo do ouro no Brasil durante o século XVIII na antiga Capitania de Minas
Gerais.
A fábrica erá muito bem defendida pois contava com
armamentos bélicos em seu arsenal, que garantia
a sua proteção de forasteiros, vizinhos curiosos.
A fundição foi desativada ainda no século XVIII e,
atualmente, encontra-se no local somente suas ruínas.
A casa de moeda fundia e cunhava moedas com equipamentos
roubados de casas de fundições oficiais do Rio de Janeiro e cobrava um
"imposto" menor que o quinto do ouro cobrado pela Coroa portuguesa. A
fortificação, além de ser belicamente protegida, localizava-se em posição
estratégica, nos contrafortes da vertente ocidental da então chamada Serra do
Paraopeba, escondida dos caminhos novos da Estrada Real que passavam pelo outro
lado da serra e conduziam o ouro produzidos nas principais minas de Vila Rica,
Mariana e Sabará e por onde passavam os ouvidores a serviço da Coroa. A
fabricação clandestina de moeda deu origem ao atual nome da Serra da Moeda, e
ao município mineiro de Moeda.
Quem comandava as operações erá Inácio de Souza Ferreira,
mas teve a participação, direta ou indireta, de dezenas de outros homens. Entre
os envolvidos encontravam-se escravos,
índios, oficiais mecânicos, homens que trabalhavam ou que haviam trabalhado
para o poder oficial incluindo o próprio governador da região, religiosos e vários
outros habitantes das Minas, do Brasil.
O fábrica funcionou por vários anos tendo o apoio de Dom Lourenço de Almeida, governador da
capitania, no período de 1721 a 1732.
A história da construção da Casa de Moeda Falsa do Paraopeba
insere-se num contexto histórico do ciclo do ouro no Brasil, que atraiu
diversas pessoas de diferentes partes do mundo, como europeus e brasileiros de
outras partes das colônias que recebiam datas para exploração de ouro ou para
implantação de fazendas que iriam abastecer os primeiros arraiais e vilas
mineradores, escravos indígenas e principalmente africanos, que compunham a
maior parte da classe trabalhadora das minas.
Um fraternal abraço a todos.
Rudi De Antoni
IMAGENS:
Ruinas da Casa de
Moeda Falsa do Paraopeba na atualidade.
Fontes;
• MOEDAS FALSAS E NEGÓCIOS: O TERRITÓRIO DO LÍCITO E DO
ILÍCITO NAS MINAS SETECENTISTAS- PDF -André Rezende Guimarães - Mestrando em
História Departamento de História, FAFICH, UFMG.
• Projeto Arqueológico Prospecção e Topografia do Forte de
Brumadinho e Entorno- Laboratório de Arquilogia da FAFICH - UFMG
• A Casa de Moeda Falsa do Paraopeba -
https://pt.wikipedia.org/.../Casa_de_Moeda_falsa_do...
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