Medalha de 1896 - PELA CONSOLIDAÇÃO DA REPÚBLICA - REVOLUÇÃO FEDERALISTA 1893 a 1895.
Medalha “Pela Consolidação da Republica” da Revolução Federalista (1893 -1895) cunhada pelo governo gaúcho em 1896.
Anverso:
Brasão das armas do Rio Grande do Sul e a legenda: “Civismo
Valor e Abnegação”.
Reverso:
Brasão das Armas do Brasil e a legenda: “Pela Consolidação
da Republica”.
Em latão
Medida: 3 cm
Peso: 9 g
Emissão: 12.000 unidades
Obs.: segundo KP, foram mandadas cunhar pelo governo gaúcho,
na Argentina, ao custo de 2:723$780 (Jornal Correio do Povo, Porto Alegre,
9-8-1896).
Consta nos catálogos:
- Kurt Prober - Catálogo de Medalhas da República pg. 171 e
194.
- Banco Econômico Catálogo Inventário – medalhas da
Republica tomo II pg. 443.
Revolução Federalista
A Revolução Federalista foi um conflito ocorrido na Região
Sul do Brasil, entre os anos de 1893 e 1895, que expôs a divisão entre os
republicanos, isto é, entre os que defendiam maiores poderes para o presidente
da República e os que apoiavam a descentralização do poder, com maior
participação dos estados.
Além disso, militares do Exército e da Marinha disputavam
mais espaço no governo republicano. O conflito foi marcado pela violência e
crueldade. A revolução foi derrotada pelas tropas fiéis a Floriano Peixoto, que
se tornou o “Marechal de Ferro”, consolidando a República no Brasil de forma enérgica
e violenta.
Contexto histórico da Revolução Federalista
A República da Espada corresponde aos dois primeiros
governos republicanos no Brasil. Os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano
Peixoto presidiram a República de forma autoritária, provocando a ruptura entre
seus aliados. Os dois presidentes queriam mais poderes do que os que foram
concedidos pela Constituição de 1891, para que o novo regime implantado no
Brasil, em 1889, se consolidasse, evitando qualquer reação de monarquistas.
Porém, uma ala republicana defendia o contrário: a descentralização do poder e
a maior participação dos estados.
Deodoro renunciou à presidência em 1891, sendo sucedido pelo
seu vice, Floriano. De acordo com as regras constitucionais, como o presidente
renunciante não cumpriu a primeira metade do seu mandato, deveria haver novas
eleições presidenciais. Porém, Floriano não se mostrou disposto a convocar um
novo pleito e isso provocou insatisfação entre os republicanos. A Armada, como
era chamada a Marinha naquela época, também se mostrou insatisfeita com os
rumos do governo republicano e decidiu se rebelar. A Revolta da Armada começou
no Rio de Janeiro, mas foi derrotada pelas tropas governistas. Porém, seus
participantes se deslocaram para o Sul, a fim de participar da Revolução
Federalista.
Causas da Revolução Federalista
As divergências entre os republicanos culminaram na
Revolução Federalista. Dois grupos opostos se formaram:
• um foi liderado por Júlio de Castilhos, aliado do
presidente Floriano Peixoto e que defendia um governo federal forte, com poder
centralizado;
• o outro grupo, liderado por Gaspar Silveira Martins,
defendia a descentralização do poder e o parlamentarismo, ou seja, poder
limitado ao presidente da República.
• Aqueles liderados por Gaspar Silveira ficaram conhecidos
como maragatos, e os comandados por Júlio de Castilhos como pica-paus. As
origens desses termos são:
• - maragatos: termo pejorativo usado pelos republicanos e
que significava povo mercenário.
• - pica-paus: a cor do uniforme usado por esse grupo
durante a revolução era a mesma do pássaro da região.
Líderes da Revolução Federalista
Os líderes da Revolução Federalista foram aqueles que
lideraram os grupos que participaram do confronto. Júlio de Castilhos era
aliado do presidente Floriano Peixoto e defendia maiores poderes ao presidente.
Já Gaspar Silveira Martins defendia a descentralização do poder e a instalação
do parlamentarismo no Brasil.
Como foi a Revolução Federalista?
Júlio de Castilhos foi eleito presidente do estado do Rio
Grande do Sul, em 1893. Os federalistas não aceitaram sua eleição e se
rebelaram. Os maragatos dominaram a fronteira com o Uruguai e exigiram a
deposição de Castilhos do poder gaúcho. O presidente Floriano Peixoto enviou
tropas federais para apoiar seu aliado. Apesar de o governo gaúcho receber
apoio das tropas federais e da polícia estadual, os maragatos venceram os
primeiros confrontos.
A Marinha, que já havia se revoltado contra Floriano,
juntou-se aos maragatos para participar da guerra. Esse apoio contribuiu para
reforçar a presença federalista no norte do Rio Grande do Sul, no Paraná e em
Santa Catarina. Com a derrota em outras frentes, os maragatos concentraram seus
esforços em terras gaúchas.
• Durante os dois anos de conflito, a Revolução Federalista
foi marcada pela violência e crueldade de ambos os lados. Os vencedores não
tiveram piedade dos vencidos, chegando ao extremo de degolarem aqueles que já
tinham morrido no campo de batalha.
consequências da Revolução Federalista
Ao encerrar a Revolução Federalista, Floriano Peixoto
firmou-se como consolidador da República, impedindo reações contrárias que
pudessem desestabilizar o regime republicano ou de grupos monárquicos que
desejavam a restauração do regime derrotado em 1889. Floriano ficou marcado
também como o “Marechal de Ferro”, em virtude da forma violenta como reagiu aos
ataques armados de seus adversários.
A saída de Floriano da presidência não significou o fim da
participação dos militares na política. Os militares, ao longo das décadas
seguintes, mantiveram-se próximos ao poder, pressionando o presidente civil ou
organizando revoltas.
Revolução Federalista e Revolta da Armada
As revoltas ocorridas no governo Floriano Peixoto — a
Revolução Federalista e a Revolta da Armada — estão conectadas entre si. As
duas aconteceram no mesmo período e ambas eram contrárias ao governo central.
Após serem derrotadas pelas tropas governistas, os
marinheiros que participaram da Revolta da Armada partiram para o Sul e se
juntaram às fileiras dos maragatos, para derrotar as tropas dos pica-paus, que
tinham o apoio do governo Floriano. Porém, ambas as revoltas tiveram o mesmo
fim: a derrota para o governo central.
Um fraternal abraço a todos.
Rudi De Antoni
Fonte:
·
Mundo Educação UOL - História do Brasil
Imagem:
·
Medalha da coleção de Rudi De Antoni
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