O livro dos privilégios dos moedeiros e a casa da moeda de Portugal
O fabrico da moeda, sendo uma atividade fabril de
importância capital, obrigou desde cedo à organização administrativa e
funcional do trabalho dos chamados moedeiros, classe organizada corporativamente
e privilegiada por um conjunto de concessões e regalias de exceção, reunidas
num códice ainda hoje existente no Arquivo Histórico da Casa da Moeda de
Portugal, com o título de Livro de Rezisto dos Privilegios, Liberdades e
Izençois que os Senhores Reys destes Reynos Tem Concedido aos Officiais e
Moedeiros da Sua Caza da Moeda. O primeiro privilégio nele transcrito data do
reinado de D. Dinis (1324) e o último do reinado de D. João V (1751).
O primeiro Regimento conhecido da Casa da Moeda data de 1498
e foi-lhe conferido por D. Manuel. Estabelece como figura principal o
Tesoureiro, responsável por todos os valores que na casa entravam (metal) e
saíam (moeda).
Além deste, havia ainda os seguintes oficiais: 2 Juízes
(depois Mestres) da Balança, 1 Escrivão, 2 Ensaiadores, 2 Fundidores, 1 Abridor
de cunhos, 2 Guardas da fornaça, 1 Comprador, 3 Salvadores, 1 Alcaide e 1
Vedor, para além dos 104 moedeiros ditos do «número».
Os aperfeiçoamentos na arte da amoedação a partir de finais
do século XVII determinaram a revisão da legislação vigente e levaram à
publicação, em 1686, por D. Pedro II, do Regimento que S. Magestade que Deos
Guarde Manda Observar na Casa da Moeda. Mantém-se o cargo de Tesoureiro, com as
funções que já tinha, e cria-se o cargo de Provedor como responsável máximo
pela instituição.
Em 1845, com o Decreto de 28 de julho, dá-se a fusão da Casa
da Moeda com a Repartição do Papel Selado, sob uma mesma Administração-Geral, e
a Casa da Moeda passa a designar-se Casa da Moeda e Papel Selado.
Com a introdução em Portugal, em 1853, dos selos postais, a
Casa da Moeda e Papel Selado passa também a fabricar valores postais e sofre
nova remodelação pelo Decreto de 7 de dezembro de 1864.
Em finais do século XIX a empresa ganha uma posição de maior
relevo na garantia de qualidade dos metais nobres, quando, em 1882 as
Contrastarias ficam subordinadas à Administração-Geral da Casa da Moeda e Papel
Selado. Esta passou a fiscalizar a indústria e comércio de ourivesaria em
Portugal, função que ainda mantém. Já no século XX a Casa da Moeda viu os seus
serviços reestruturados sucessivamente em 1911, 1920, 1929 e 1938, fundindo-se
finalmente, em 1972, com a Imprensa Nacional Casa da Moeda.
Um Fraternal abraço a todos.
Rudi De Antoni.:
Fonte;
Site- Imprensa Nacional Casa da Moeda de Portugal
https://www.incm.pt/portal/incm_hcm.jsp
Comentários
Postar um comentário