Série Vicentina, moedas Comemorativas do 4º Centenário da Colonização do Brasil
Esta série é considerada como sendo as primeiras moedas cunhadas no período Vargas.
Com a série trás no reverso de algumas de suas moedas alguns personagens ligados à fundação da cidade de São Paulo, que foi a antiga Capitania de São Vicente, a série foi apelidada de "Série Vicentina".
Entre os anos de 1500 a 1530, os portugueses não tiverem muitas atuações sobre o território Brasileiro, houveram sim algumas expedições, como a de 1501, comandada por Gaspar de Lemos e a expedição de Gonçalo Coelho de 1503, os objetivos e realizações dessas expedições pautara-se apenas em nomear algumas localidades no litoral, confirmar a existência do pau-brasil e construir algumas feitorias.
Em 1516, o rei de Portugal Dom Manuel I, enviou alguns navios ao Brasil para consolidar o povoamento e a exploração.
Estes colonizadores instalaram-se em Porto Seguro, mas não duraram muito pois foram expulsos pelos indígenas.
Consta que até o ano de 1530, a ocupação portuguesa ainda era bem reduzida, ínfima por assim dizer, somente no ano de 1531, Dom João III enviou Martin Afonso de Souza ao Brasil nomeado capitão-mor da esquadra e das terras coloniais, como objetivo de explorar os minerais e vegetais da região e a distribuição das sesmarias (lotes de terras).
No litoral do atual estado de São Paulo, Martin Afonso de Souza fundou no ano de 1532 os primeiros povoados do Brasil, as Vilas de São Vicente e Piratininga (atual cidade de São Paulo).
A colonização do Brasil começou efetivamente só em 1532, exatamente 32 anos após a sua descoberta.
Busto do cacique Tibiriçá.
REVERSO
No campo, ao alto, uma panóplia indígena composta por cocar, lança, tacape, arco e flecha.
Por baixo, o valor 100 RÉIS em duas linhas.
A esquerda da haste da lança a sigla WT do gravador Walter Rodrigues Toledo
Diâmetro 21mm
Peso 5g
Espessura 1,80mm
Tipo de Borda Liso
Eixo Reverso Medalha
Quantidade cunhadas 1.012.214
Origem Casa da Moeda do Rio de Janeiro
Quem foi o cacique Tibiriçá que aparece no anverso da moeda de 100 Vicentina?
O cacique Tibiriçá líder do povo indígena guaianá, que habitava o planalto paulista na época da chegada dos portugueses.
O cacique Tibiriçá foi batizado pelos padres jesuítas José de Anchieta e Leonardo Nunes recebendo o nome cristão de Martim Afonso, em homenagem ao fundador de São Vicente.
Foi aliado dos colonizadores e grande amigo do explorador João Ramalho, casado com sua filha Bartira.
Em 1554, Tibiriçá uniu-se a Manuel da Nóbrega e José de Anchieta para a fundação de São Paulo, estabelecendo seu povo na área onde hoje está instalado o Mosteiro de São Bento, no centro da capital.
O cacique Tibiriça faleceu em 25 de dezembro de 1562 e seus restos mortais encontram-se guardados até hoje na cripta da Catedral da Sé.

200 RÉIS – CARAVELA ou seria NAU
Deixo aqui
minha observação pessoal quanto a embarcação que aparece cunhada no reverso da
moeda de 200 reis 1932 série Vicentina.
Em todos
catalogos que li até hoje apresentam como sendo uma Caravela, no entanto a
embarcação que aparece ali trata-se de uma Nau.
Abaixo vou
mostrar a nítida diferença entre as duas e porque faz mais sentido ser uma Nau,
do que uma Caravela e cada um que tire suas conclusões
ANVERSO
Esfera armilar.
Na orla, IV
centenário da Colonização do Brasil, 1532-1932.
Embaixo do
equador a sigla CB do gravador Calmon Barreto
REVERSO
Nau
quinhentista.
Na orla,
1532-1932.
No enxergo, o
valor 200 réis em duas linhas.
A direita do
valor a sigla AB do gravador Arlindo Bastos.
Dados técnicos
da moeda:
Moeda de
Cuproníquel
Diâmetro 30mm
Peso 8g
Espessura 2mm
Tipo de Borda
Liso
Eixo Reverso
Medalha
Cunhagem 596.214
Origem Casa da
Moeda do Rio de Janeiro
NAU e CARAVELA
Em 9 de março
de 1500, 13 navios da expedição de Pedro Álvares Cabral deixaram Lisboa,
levando 1,5 mil homens.
Eram três
caravelas (naves menores e ágeis, com até 50 toneladas) e 9 naus (com até 250
toneladas e capacidade para 200 pessoas) e uma naveta de mantimentos.
Além do
tamanho, a principal diferença entre uma Nau e uma Caravela era o formato das
velas.
A caravela foi
o trunfo que fez de Portugal uma potência marítima até o século 18.
Ela era leve,
mudava de direção com agilidade, navegava rápido contra o vento e chegava mais
perto da costa do que navios maiores.
Outro fator
importante para o domínio naval português foi a utilização de caravelas armadas
com canhões.
As Naus foram
embarcações com capacidade para cerca de 200 a 400 toneladas, levava uma
tripulação de cerca de 200 homens, era uma embarcação muito forte e confiável e
servia tanto para transportar colonos, tropas para as colônias nas Américas e
África, como também para transportar mercadorias destas colônias e das Índias
para à Europa, além de serem amplamente utilizadas para guerra.
Era uma
embarcação de grande calado, possuindo três mastros, 2 com velas quadradas e o
último com a vela latina. Era ideal para grandes viagens, pois não precisava de
grande tripulação, em contrapartida era lenta e não era fácil de manobrar.
Então diante do
exposto reafirmo que a embarcação que aparece no reverso da moeda de 200 reis
Vicentina é uma Nau e não uma Caravela como temos visto amplamente sendo
divulgado.
O amigo que
está lendo este artigo deve estar se perguntando o que isso muda na minha vida
se é Nau ou Caravela?
E eu respondo;
não muda nada!
Mas porem,
numismática é estudo das moedas e a descrição dos elementos que compõem estas
moedas deve ser feito de forma correta.
Numismática é
uma ciência e deve ser pautada em fatos, o que me deixa feliz na numismática é
que sempre está nos ensinando algo que desconhecemos ou relembrando algo
antigo que por vez nos é esquecido.
Mas, isso são
minhas observações e se você quiser chamar sua moeda de Caravela, lancha,
barquinho fique à vontade.
A ESFERA ARMILAR
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400 RÉIS - MAPA AMÉRICA DO SUL - TRATADO DE TORDESILHAS

Mapa da América do Sul dividido pelo meridiano de Tordesilhas, ladeado pelas datas
1532-1932.
Na orla, IV centenário da Colonização do Brasil, entre pontos.
Embaixo do mapa, ao lado esquerdo, a sigla WT do gravador Walter Toledo
Cruz da Ordem Militar de Cristo.
Na orla, 400 réis.
No ângulo entre o braço direito e o pé da cruz a sigla BN do gravador Basílio Nunes.
Moeda de Cuproníquel
Diâmetro 25mm
Peso 8g
Espessura 2mm
Tipo de Borda Liso
Eixo Reverso Medalha
Cunhagem 416.214
Origem Casa da Moeda do Rio de Janeiro

A esquadra de Colombo no ano de 1492, encontrou novas terras a oeste do Atlântico.
Inicialmente acreditavam se tratar de acreditar de terras orientais, descobriu-se que se tratava de um novo continente.
O navegador Américo Vespúcio foi o responsável por constatar a extensão da nova descoberta e que se tratava de um novo continente.
Em sua homenagem, as novas terras receberam o nome de América.
Na época os únicos dois reinos europeus a navegarem pelo oceano Atlântico eram Portugal e Espanha, ambos disputavam o controle das terras do novo mundo.
Em certa altura a disputa diplomáticas se encaminharam para um conflito armado, foi preciso a intervenção do papa Alexandre VI que serviu de mediador do conflito e tentar um acordo entre Portugal e Espanha.
A negociações iniciaram no ano de 1493, começaram as negociações para entre portugueses e espanhóis, para que ambos explorassem as novas terras a serem descobertas sem entrar em guerra.
A nova linha imaginária seria traçada a 370 léguas da Ilha de Cabo Verde.
Sendo então aceita a proposta por ambos os reinos de Portugal e Espanha.
Com a assinatura do Tratado de Tordesilhas em junho daquele ano ficou delimitado o raio das explorações portuguesa e espanhola.
Os territórios descobertos a leste pertenceriam a Portugal, e os a oeste, aos espanhóis.
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500 réis - João Ramalho (Coletinho)
ANVERSO
No campo, em sete linhas, IV centenário da Colonização do Brasil, 1532-1932.
A direita embaixo do traço a sigla CB do gravador Calmon Barreto
REVERSO
Sobre traços
horizontais, um gibão bandeirante, entre o valor 500, na vertical, e a palavra
réis, em cruz.
O gravador do reverso foi Calmon Barreto
Dados técnicos
da moeda:
Moeda de Bronze
Alumínio
Diâmetro 22,5mm
Peso 4g
Espessura
1,50mm
Tipo de Borda
Serrilhado
Eixo Reverso
Medalha
Cunhagem 34.214
Origem Casa da
Moeda do Rio de Janeiro

1000 RÉIS - MARTIM AFONSO DE SOUZA
Martim Afonso de Sousa
Gravura de Matin Afonso que serviu de base para a efígie da moeda de 1000 réis da Série Vicentina.historiografia tradicional brasileira encara sua expedição como a primeira expedição colonizadora. Levava regimento para expulsar os franceses da costa brasileira, colocar padrões de posse desde o rio Maranhão até ao Rio da Prata, o qual não alcançou em função de ter naufragado antes, e dividir a costa brasileira em capitanias medidas em léguas de costa que seguidamente El-Rei concederia a donatários.
Estava autorizado a escolher para si mesmo cem léguas de costa da melhor terra e outras oitenta para seu irmão mais novo Pero Lopes de Sousa.
Fundou em 22 de janeiro de 1532 a primeira vila do Brasil, batizando-a de São Vicente, uma homenagem a São Vicente Mártir, por ser o dia consagrado a este santo, confirmando o nome dado por Gaspar de Lemos trinta anos antes, quando chegou àquela ilha, coincidentemente, em 22 de janeiro de 1502.
Foi governador da Índia (). Almirante, Vice-Rei das Índias de 1542 a 1545 e Capitão Donatário da Capitania de São Vicente e São Paulo D. Martim Afonso de Sousa, seus restos mortais jazem no Convento de São Francisco da Cidade de Lisboa.
Brasão de Martim Afonso de Souza
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2000 RÉIS - DOM JOÃO III
Busto de D. João III, Rei de Portugal.
pela efígie, IV centenário da Colonização do Brasil, 1532-1932.
Escudo real de D. João III.
REI DPORTUGALL.
Diâmetro 26mm
Peso 8g
Espessura 1,80mm
Tipo de Borda Serrilhado
Eixo Reverso Medalha
Cunhagem 695.214
Origem Casa da Moeda do Rio de Janeiro

João III Rei de Portugal e Algarves, reinou de 13 de dezembro de 1521 a 11 de junho de 1557.
Sua coroação se deu no dia 19 de dezembro de 1521, apelidado de "o Piedoso”.
Era o filho mais velho do rei Manuel I e sua segunda esposa a infanta Maria de Aragão e Castela, tendo ascendido ao trono apenas contando dezenove anos de idade.
Herdou um império vastíssimo e disperso, nas ilhas atlânticas, costas ocidental e oriental de África, Índia, Malásia, Ilhas do Pacífico, China e Brasil. Continuou a política centralizadora do seu pai. Durante o seu reinado, foi obrigado a negociar as Molucas com Espanha, no tratado de Saragoça, adquiriu novas colônias na Ásia, Chalé, Diu, Bombaim, Baçaim e Macau e um grupo de portugueses chegou pela primeira vez ao Japão em 1543, estendendo a presença portuguesa de Lisboa até Nagasaki.
Ao mesmo tempo, abandonou diversas cidades fortificadas em Marrocos, devido aos custos da sua defesa face aos ataques muçulmanos.
Extremamente religioso, permitiu a introdução da inquisição em Portugal em 1536, obrigando à fuga muitos mercadores judeus e cristãos-novos.
Inicialmente destacado entre as potências europeias económicas e diplomáticas, viu a rota do Cabo fraquejar, pois a rota do Levante recuperava, e em 1548 teve de mandar fechar a feitoria Portuguesa de Antuérpia.
Viu morrer os dez filhos que gerou e a crise iniciada no seu reinado ampliou-se sob o governo do seu neto e sucessor, o rei Sebastião de Portugal.
Rudi De Antoni.:
Site Catálogo eletrônico - Moedas do Brasil
http://www.moedasdobrasil.com.br/moedas/vicentinas.asp
https://vejasp.abril.com.br/cidades/tibirica-quem-foi/
PLÍNIO PIERRY
https://collectprime.com/blog/serie-vicentina-moedas-dos-400-anos-de-colonizacao-do-brasil/
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-era-a-vida-na-armada-de-pedro-alvares-cabral/
Site Relíquias da História Antiguario
188.
Artigo de grande valor.
ResponderExcluirParabéns e obrigado por nos presentear com tais linha prazerosas de se ler.
Essa é a série que amo, e por isso consegui três medalhas alusiva a série Vicentina, prata, bronze e alumínio.
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