100 CRUZEIRO (1943 - 1964) - D. Pedro II - Iconografia
ANVERSO

Anverso: Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco
Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, o Imperador D.
Pedro II, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 2 de janeiro
de 1825, faleceu em Paris no dia 5 de dezembro de 1891.
Alcunhado o Magnânimo, foi o segundo e último monarca
do Império do Brasil, tendo reinado o país durante um período de 58 anos.
Nascido no Rio de Janeiro, foi o filho mais novo do imperador Pedro I
do Brasil e da imperatriz Maria Leopoldina de Áustria e,
portanto, membro do ramo brasileiro da Casa de Bragança. A abrupta abdicação
do pai e sua partida para Portugal, tornaram Pedro imperador com apenas
cinco anos. Obrigado a passar a maior parte do seu tempo estudando em preparação
para reinar, conheceu poucos momentos de alegria e amigos de sua idade. Suas
experiências com intrigas palacianas e disputas políticas durante este período
tiveram grande impacto na formação de seu caráter. O imperador D. Pedro II
tornou-se um homem com forte senso de dever e devoção ao seu país e seu povo.
Por outro lado, ele ressentiu-se cada vez mais de seu papel como monarca.
Teve a maioridade decretada para assumir o governo e evitar a
desintegração do Império, tendo deixado ao sucessor republicano um país
caracterizado como potência emergente na arena internacional. A nação
distinguiu-se de seus vizinhos hispano-americanos devido à sua estabilidade política
e especialmente por sua forma de governo: uma funcional monarquia parlamentar
constitucional.
O Brasil também foi vitorioso em três conflitos internacionais (a Guerra
do Prata, a Guerra do Uruguai e a Guerra do Paraguai) sob seu
reinado, assim como prevaleceu em outras disputas internacionais e tensões domésticas.
Um erudito, o imperador estabeleceu uma reputação como um vigoroso
patrocinador do conhecimento, da cultura e das ciências.
D. Pedro II não permitiu nenhuma medida contra sua remoção e não apoiou
qualquer tentativa de restauração da monarquia.
O imperador deposto passou os seus últimos dois anos de vida no exílio
na Europa, vivendo só. Algumas décadas após sua morte, sua reputação foi
restaurada e seus restos mortais foram trazidos de volta ao Brasil em meio a
amplas celebrações.
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VERSO
Verso: painel com a pintura de Cadmo Fausto de Sousa “Cultura Nacional“.
Ao centro figura feminina esguia,
elegante com trajes aparentemente grego, sobre sua cabeça uma tiara ricamente
adornada, representando alegoricamente a Cultura.
Apoiada com seu braço direito
sobre um globo terrestre onde vemos a imagem das Américas tendo em sua mão um
ramo de louro, em sua mão esquerda um livro sobre o qual se apoia também.
Logo atrás dela a esquerda do
painel se vê o capitel de uma coluna Grega da ordem arquitetônica Jônica,
abaixo da coluna um busto possivelmente grego ou romano.
Abaixo do painel próximo as
pernas da imagem feminina temos dois papiros enrolados.
Logo a frente vemos uma luneta,
um livro aberto com anotações, uma lira
e uma paleta de pintura com três pincéis.
Não foi sem motivo que o tema cultura
nacional acabou sendo escolhido para compor a cédula onde a figura
principal é Dom Pedro II.
Patrono das
artes e das ciências
"Nasci para consagrar-me às letras e às ciências", comentou o
imperador em seu diário pessoal em 1862.
Ele sempre teve prazer em ler e encontrou nos livros um refúgio para a
sua posição.
Sua habilidade para relembrar trechos que havia lido no passado era notável.
No final de seu reinado, havia três livrarias em São Cristóvão contendo
mais de 60 mil livros. Sua paixão pela linguística o levou a
dedicar-se toda a sua vida ao estudo de novas línguas, chegando a falar e
escrever não só em português, mas também em latim, francês, alemão, inglês,
italiano, espanhol, grego, árabe, hebraico, sânscrito, chinês, provençal e
tupi.
Tornou-se o primeiro brasileiro fotógrafo quando adquiriu uma câmera de daguerreótipo em
março de 1840.
Criou um laboratório fotográfico em São Cristóvão e outro de química e
física. Ele também construiu um observatório astronômico no paço.
A erudição do imperador surpreendeu Friedrich Nietzsche quando
ambos se conheceram. Victor Hugo falou dele: "Senhor, és um grande
cidadão, és o neto de Marco Aurélio", e Alexandre Herculano o
chamou de um "príncipe cuja opinião geral o considera como o primeiro de
sua era graças à sua mente dotada, e devido à sua constante aplicação desse dom
para as ciências e cultura". Tornou-se membro da Royal
Society, da Academia
de Ciências da Rússia, das Reais Academias de Ciências e
Artes da Bélgica e da Sociedade Geográfica Americana. Em
1875 foi eleito membro da Académie des Sciences francesa, uma honra
dada anteriormente a somente dois outros chefes de estado: Pedro, o Grande e Napoleão
Bonaparte.
Dom Pedro II cedo percebeu que tinha a oportunidade para utilizar
seu conhecimento que havia acumulado em uso prático para o benefício do Brasil. O
imperador considerava a educação como de importância nacional e era ele mesmo
um exemplo do valor do aprendizado.
Ele comentou: "Se não fosse imperador, gostaria de ser um
professor. Não conheço tarefa mais nobre do que direcionar as jovens mentes e
preparar os homens de amanhã".
A educação também colaborou no seu objetivo de criar um sentimento de
identidade nacional brasileira. Seu reino viu a criação do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro para promover pesquisa e preservação nas
ciências históricas, geográficas, culturais e sociais. A Imperial Academia
de Música e Ópera Nacional e o Colégio D. Pedro II também
foram fundados, o último servindo como modelo para escolas por todo o Brasil. A Imperial
Escola de Belas Artes, estabelecida por seu pai, recebeu maior apoio e
fortalecimento. Utilizando sua lista civil, Pedro II providenciou
bolsas de estudo para brasileiros frequentarem universidades, escolas de arte e
conservatórios musicais na Europa.
Ele também financiou a criação do Instituto Pasteur, assim
como a casa de ópera Bayreuth Festspielhaus de Wagner, além de outros
projetos semelhantes.
Seus esforços foram reconhecidos tanto em casa quanto no exterior. Charles
Darwin falou dele: "O imperador faz tanto pela ciência, que todo sábio
é obrigado a demonstrar a ele o mais completo respeito".
Um Fraternal abraço a todos
Rudi De Antoni.:
Fontes:
Site do BCB, cédula de 100 cruzeiros
CATALOGO-SCHLICHTING-2016
Catalogo Vieira 2021
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