As cédulas de 200 mil-réis e o Palácio Monroe no seu reverso.
Palácio Monroe foi representado no reverso das cédulas de
200 mil-réis da 14ª estampa (1919-1950) e da 16ª (1924-1955), que trazem no
anverso a efígie do Presidente Prudente de Morais.
Essas cédulas foram impressas pela American Bank Note
Company (ABNCo.), a partir de 1918 e que apresentam características
semelhantes, quais sejam, estampa em azul sobre fundo policrômico e medalhão
central com a efígie do homenageado.

As cédulas de 200 mil-réis da 14ª estampa (1919-1950):
- Órgão emissor: Tesouro Nacional
- Fabricante: American Bank Note Company (ABNCo.)
- Anverso: Efígie de Prudente de Morais (Presidente da República
de 1894 a 1898)
- Reverso: Palácio Monroe no Rio de Janeiro. Nesta época,
1919, um palácio de convenções que abrigava, temporariamente, a Câmara dos
Deputados, que ali permaneceu até 1922.
- Dimensões: 189 mm X 89 mm
- Cores: Anverso: Estampa em azul sobre fundo policrômico.
Reverso: Estampa em laranja.
- Métodos de impressão: Anverso: Calcografia, litografia e
tipografia. Reverso: Calcografia.
- Número da estampa, da série e da cédula em cor carmim.
- Assinatura: Simples autografada.
- Quantidade: Foram impressas 15 séries ou 1.500.000 de
cédulas.
No ano de 1924, quando foi criada a 16ª estampa, impressa
pela ABNCo., a mesma iconografia que havia sido utilizada nas cédulas da 14ª
estampa.
Mas, algumas modificações foram realizadas, como por exemplo
a cor do reverso, que foi impresso em sépia.

- Órgão emissor: Tesouro Nacional
- Fabricante: American Bank Note Company (ABNCo.)
- Anverso: Efígie de Prudente de Morais (Presidente da
República de 1894 a 1898)
- Reverso: Palácio Monroe no Rio de Janeiro. Em 1924, o
prédio estava sendo readaptado para abrigar o Senado Federal, o que aconteceu
em 1925. Aquele órgão permaneceu no prédio até 21 de abril de 1960, quando foi
transferido para Brasília.
- Dimensões: 189 mm X 87mm
- Cores: Anverso: Estampa em azul sobre fundo policrômico.
Reverso: Estampa em sépia.
- Métodos de impressão: Anverso: Calcografia, litografia e
tipografia. Reverso: Calcografia.
- Número da estampa, da série e da cédula em cor carmim.
- Assinatura: Simples autografada.
- Quantidade: Foram impressas 85 séries ou 8.500.000
cédulas. Sendo emitidas 7.500.000 cédulas de 200 mil-réis da 16ª estampa pelo
Tesouro Nacional. As séries 1ª a 35ª foram emitidas em 1924 e as séries 36ª a
85ª, em 1942. A Caixa de Estabilização emitiu, em 1926, 100.000 cédulas da 10ª
série com superimpressão daquele órgão. Estas foram desmonetizadas em 1951. O
Tesouro Nacional emitiu as outras 900.000 restantes, em 1942, por ocasião do
advento do novo padrão monetário, o cruzeiro, aproveitando as séries 37ª/45ª e
46ª/48ª com a aposição de dupla superimpressão da Casa da Moeda, em forma de
rosácea. Estas cédulas foram desmonetizadas juntamente com as demais, em 1955.
Observação: Essa cédula apresenta confetes coloridos
incorporados ao papel. Até a 35ª série, a palavra Brasil foi grafada com “z”.
A História do Palácio Monroe
No ano de 1901, o Brasil foi convidado a participar do
evento, Exposição Universal de Saint Louis, pelo presidente americano William
Mackinley.
Sendo para o Brasil uma excelente oportunidade para
demonstrar seu potencial e seus produtos para os Estados Unidos que naquela
época era o maior consumidor de nossos produtos.
Em 30 de abril de 1904, na cidade de Saint Louis, nos Estados Unidos, foi inaugurada a «Louisiana Purchase Exposition» ou “Exposição Universal de Saint Louis” a exposição encerrou em 1° de dezembro do mesmo ano, tendo sido registrado aproximadamente de 20 milhões de visitantes.
Sendo nomeado como presidente da delegação do Brasil o arquiteto
e engenheiro militar Coronel Francisco Marcelino de Sousa Aguiar ao qual também
ficou o encargo do projeto e construção do pavilhão brasileiro em Sant Louis.
O então Ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas da
época Lauro Müller, requisitou a Souza Aguiar que “na construção do pavilhão se
terá em vista aproveitar toda a estrutura, de modo a poder-se reconstruí-lo
nesta Capital” que na época era a cidade do Rio de Janeiro.
Apesar de toda a dificuldade de se construir uma estrutura
provisória e depois transportá-la e transformá-la em uma estrutura fixa, Souza
Aguiar aceitou o desafio.
Assim sendo, Souza Aguiar utilizou uma estrutura metálica,
que poderia ser desmontada, foi posteriormente enviada ao Rio de Janeiro para a
reconstrução da obra.
O pavilhão brasileiro continha características que era
condizente com os demais prédios da exposição, em estilo neoclássico:
41 metros de frente;
31 metros de profundidade;
5.500 metros quadrados;
A abóboda principal,
com um raio de 9 metros, com cerca de 40 metros;
O pavilhão lembrava o
estilo renascentista, sem uma ornamentação profusa.
As colunas exteriores de arquitetônica grega de ordem coríntia,
em sua terça parte inferior, continham as armas da República, florões e anéis
realçavam os pedestais. Haviam rosáceas sobre os frisos das colunas. Entre as
colunas, acompanhando a balaustrada e os remates decorativos dos ângulos
salientes, apareciam grandes escudos com os nomes dos estados brasileiros.
Sobre as pilastras, ladeando as escadas principais de ambas as fachadas, foram
colocados dois leões, simbolizando a força, a solidez e a grandeza da
construção.
O pavilhão era constituído de dois pavimentos, um mezanino e
um porão, tendo seu custo total ficado em $150.000,00, compreendendo todas as
instalações.

“A estrutura fez muito sucesso na Exposição Universal. A
impressa norte-americana elogiou bastante a arquitetura e a forma como o
palácio foi erguido, chegou a ser chamado de ‘a joia da coroa da feira’” conta
a arquiteta e pesquisadora Camila Braga.
Entre as ilustres personalidades que passaram pelo pavilhão
brasileiro destacamos, Santos Dumont e Theodore Roosevelt.
Está maravilha arquitetônica que foi o pavilhão brasileiro, merecidamente
recebeu o primeiro prêmio na categoria da arquitetura, ou seja, a medalha do
“Grand Prize Louisiana Purchase Exposition”.
Com o fim da
exposição, o estande foi desmontado e transportado para o Rio de Janeiro, como
previsto.
Em agosto de 1905, Souza Aguiar foi encarregado de
reconstruir o prédio em local de destaque no Rio de Janeiro, o local escolhido
foi o final da Avenida Central.
A ideia inicial era utilizar o prédio como Centro de
Convenções.
No ano de 1905 no dia 19 de novembro, onde encontrava-se
presente o Presidente da República Rodrigues Alves, foi feito o lançamento da
pedra fundamental do “Pavilhão de São Luiz”, no Rio de Janeiro.
Tendo sido marcada a inauguração da obra para 23 de julho de
1906, data em que se realizaria a 3ª Conferência Pan-Americana, sediada pelo
Brasil.
Durante a Conferência, o Barão do Rio Branco propôs que, o
pavilhão passasse a denominar-se “Palácio Monroe” em homenagem ao Ex-Presidente
americano James Monroe. Sendo aceita a proposta
por Joaquim Nabuco.
O então agora
denominado Palácio Monroe, foi palco de diversos eventos.
Em 1913, passou a abrigar, provisoriamente, a Câmara dos
Deputados até 1922.
Em 1922, o prédio sediou a Comissão Executiva do Centenário
da Independência do Brasil.
Em 1923, o Palácio Monroe foi readaptado para abrigar a sede
do Senado Federal, o que veio a ocorrer em 1925até o Estado Novo (1937).
A partir de 1937 com o fechamento do Senado, passou a
abrigar alguns órgãos governamentais (Ministério da Justiça, Departamento de
Imprensa e Propaganda e o Departamento de Ordem Política e Social).
No ano de 1945, abrigou a sede do Tribunal Superior
Eleitoral.
Com o retorno do regime democrático em 1946, tornou a
abrigar o Senado Federal, permanecendo até 1960, quando foi transferido para
Brasília.
Após 1960 o Palácio Monroe continuou a abrigar, no térreo, a
representação do Senado no Rio de Janeiro, mantido até as vésperas da
demolição, em 1975.
O restante do palácio foi cedido ao Estado Maior das Forças
Armadas (EMFA).
No início dos anos 1970, devido às obras do metrô no centro
do Rio e a outros motivos, Palácio Monroe passou a ter seus dias contados,
sendo alvo de campanhas para que o Monroe fosse demolido, campanhas estas criadas por grupos como O Globo e que não tinham o apoio da população.
Um fraternal abraço a todos.
Rudi De Antoni.:
Fontes Bibliográficas:
·
Site- Rio Memorias - https://riomemorias.com.br/memoria/palacio-monroe-2/
·
Rio Antigo, por Rafael Bokor: Palácio Monroe — a
maior saudade arquitetônica do Rio
·
Artigo - MEMÓRIAS DO SENADO, por Márcio Sandoval.
Publicado originalmente no Boletim da AFSC (Associação Filatélica e Numismática
de Santa Catarina) n°68 de agosto de 2014, p.4-19.
·
Site- Diário do Rio- https://diariodorio.com/histria-do-palcio-monroe/
·
AMATO, Claudio Patrick. DAS NEVES, Irlei Soares.
SCHÜTZ, Julio Ernesto. Cédulas do Brasil, 1833 a 2011. 5ª edição, 2011
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